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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Boeing 737 resiste à aposentadoria.

                           
Entre as muitas disputas que tornam o embate entre a Boeing e a Airbus algo interessante de ser acompanhado, uma deve mexer bastante com o mercado. Trata-se de uma eventual substituição dos Boeing 737, o principal carro-chefe da gigante americana no mercado da aviação comercial, um produto tão bem sucedido que permanece vitorioso quase 40 anos depois de ter sido lançado. Os 737, apesar da idade, brigam de igual para igual com os A320 da Airbus, outro campeão de vendas entre os narrowbodies.


A discussão dentro da companhia americana se divide em três linhas: desenvolver um projeto inteiramente novo, trabalhar em uma modernização principalmente em cima dos motores, ou deixar tudo como está. Neste último caso, a pressão do tempo e dos updates da concorrência acabaria por prejudicar a durabilidade desse jato, um dos melhores projetos de todos os tempos. No meio desse debate, surgiu uma quarta opção, a 737 Next Generation Plus, que significaria uma melhoria profunda, sem porém os grandes investimentos de uma nova planta.

Há muito realmente que pode ser feito nessa interface, principalmente com a adoção de features desenvolvidas para modelos mais novos como o 787 e o 777ER. Um fator crítico de sucesso poderia ser, ainda, a adoção de novas turbinas CFM56-7BE em algum ponto entre o mês que vem e o primeiro semestre de 2011. Os executivos acreditam que seria possível melhorar mais o737 com acréscimo de custos de 3% a 4%, o que o manteria competitivo diante da perspectiva de reformulação dos A320, que terão novos motores também. A ideia é jogar a mudança na linha para 2020. Há quem diga no mercado que a avaliação financeira é superestimada, que a adoção de um novo programa de propulsores implicaria em mais gastos que não apenas o desenvolvimento da turbina - alteração de peso implica em redesenho de pilones* e novo desenho de pás afeta a aerodinâmica em geral.

O 737 ilustra boa parte da história do desenvolvimento da aviação no Brasil e possui um bom histórico de segurança. Alguns, inclusive, acabaram aposentados pela idade mesmo em ótimas condições. É o caso de um 737-200 que pertencia à finada Vasp, retirado quando seu número de ciclos obrigaria a uma revisão mais cara que o seu valor unitário. Ou dos sucatinhas da FAB, dois outros 737-200 que são verdadeiros brincos de tão bem cuidados.

                                            Boeing 737-200 da Vasp.
                                               

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