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segunda-feira, 26 de dezembro de 2016
Voo LaMia 2933 tinha combutível limitado e excesso de peso
O avião da LaMia que transportava a delegação da Chapecoense e caiu perto de Medellín no fim de novembro, viajava com combustível no limite e excesso de peso, revelou nesta segunda-feira a Aeronáutica Civil da Colômbia (Aerocivil) em seu relatório preliminar.
Segundo o secretário de Segurança Aérea da Aerocivil, coronel Fredy Bonilla, as gravações da cabine de comando do avião boliviano mostram que o piloto e o copiloto conversaram sobre a possibilidade de fazer uma escala em Leticia (Colômbia) ou em Bogotá “porque (a aeronave) estava no limite de combustível”, mas decidiram não fazê-lo.
“Eles estavam cientes de que o combustível que tinham não era o adequado nem era suficiente”, afirmou o secretário, que acrescentou que durante o voo o piloto Miguel Quiroga “decidiu ir a Bogotá, mas mais adiante mudou a decisão e foi direto a Rionegro“, onde fica o aeroporto José María Córdova, nos arredores de Medellín.
O relatório revelou também que quando o piloto pediu à torre de controle do José María Córdova para que lhe permitisse aterrissar, apesar de ainda não estar na aproximação da pista, não informou sobre a gravidade de sua situação, nem que estavam desligados dois dos quatro motores. “Neste ponto tinham dois motores desligados, e a tripulação não fez nenhum relato de sua situação, que era crítica, e continuou reportando de forma normal” à torre de controle, explicou Bonilla.
Sobrepeso
O “esgotamento de combustível” é a principal de uma série de irregularidades cometidas no voo CP-2933 da LaMia, segundo a investigação, que revelou ainda que o avião tinha um peso maior do que o permitido e voava em uma altitude para a qual não estava autorizado. “A aeronave transportava um peso superior ao permitido por manuais, o que é outra descoberta que fizemos dentro da investigação”, contou o funcionário da Aerocivil. Segundo o relatório, “o peso real na decolagem era de 42.148 quilos, acima da capacidade máxima, de 41.800 quilos”.
Outra irregularidade encontrada foi a de que o avião supostamente não estava certificado para voar acima de 29.000 pés, e no plano de voo apresentado à Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea da Bolívia (Aasana) atingiu 30.000 pés. “A Aasana aprovou o plano de voo apresentado a uma altitude de 30.000 pés, o que não era correto”, acrescentou Bonilla.
Segundo o diretor-geral da Aerocivil, Alfredo Bocanegra, o relatório apresentado hoje não tem como propósito “determinar a culpa ou responsabilidade, mas prevenir novos acidentes”, e a investigação definitiva será apresentada em poucos meses.
Fonte: Veja
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